Por Edner Morelli
... E eu percebo algo muito mais fundo do que o viver momentâneo da matéria. Algo entre minhas memórias e o que ficará, ficou, fica... Na verdade, eu sempre percebi. Agora, tudo diluído como possibilidades alheias de um tempo presente, um tempo ausente em mim. A vida seria tão simples... tão simples... se nós percebêssemos a seriedade dos interlúdios... Sem limites empobrecedores, viveríamos ausentes de distâncias entre um prato e um sorriso, e sairíamos por aí, desejando avistar a vida seguir, sentindo os des-limites do seguir. Mas o quê? Um desejo. Sabe lá qual, todos! Palavra libertadora, todos... todas as vezes que me lembro dessa impressão semântica, acabo por desejar a essência corporal desse vocábulo aglutinador. O tempo vivido, re-vivido, não mais... Por quê? Diluímos... cheguei ao ponto inerte do meio. Tudo acabará, acabou, acaba. Acabamos...